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1 de Maio de 2024
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    Justiça condena autores da Rebelião do Cepaigo

    há 12 anos

    Os organizadores da Rebelião do Cepaigo, como ficou conhecido nacionalmente o motim liberado por Leonardo Pareja, em 1996, foram condenados a uma média de 13 anos de prisão por crime de extorsão mediante sequestro qualificado. A sentença foi dada pelo juiz Silvio José Rabuske, da 1ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia. Na ocasião, o então presidente do Tribunal de Goiás (TJGO), Homero Sabino de Freitas, além de diversos juízes, autoridades, promotores e advogados, foi feito refém por um grupo de presidiários, enquanto visitavam o complexo prisional.

    "Restou devidamente comprovada a efetiva participação dos mesmos na prática do crime de extorsão mediante sequestro. Uns como coautores, outros como partícipes, sempre prestando auxilio mútuo e agindo em divisão de tarefas. Todos contribuindo para transmitir medo e insegurança necessários para que o fim da empreitada criminosa fosse alcançado", argumenta o magistrado.

    Os réus deveriam responder ainda por dano qualificado (destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia), mas o crime já foi prescrito. Célio Antônio de Souza, Afonso Batista de Souza, Amilton Pereira Gonçalves e Olegário Alves da Costa morreram no decorrer da fuga. Oney Severino da Silva, Leonardo Rodrigues Pareja, Grimar Rodrigues de Souza, Veriano Manoel de Oliveira Filho foram mortos no interior do antigo CEPAIGO, depois de serem recapturados, e Amauri Gomes de Oliveira, foi encontrado morto, nas imediações do estádio Serra Dourada.

    Histórico

    O preso Amauri Gomes de Oliveira soube previamente que a comitiva estaria no presídio no dia no dia 28 de março de 1996 para verificar a situação dos reeducandos e das instalações do local, além de fazer a doação de uma máquina agrícola. Amauri, então, repassou a informação para os demais, que arquitetaram um plano de fuga.

    No dia da visita, os agentes não conseguiram recolher os presos às suas celas e, tampouco, avisaram ao grupo que os presos estavam no pátio. Armados com estiletes e pedaços de pau e ferro, os presidiários se aproveitaram da pouca segurança que cercava a comitiva e começaram a rebelião.

    Os reféns foram distribuídos em grupos e colocados em celas, "sob constante ameaça física e psicológica". A partir daí, começou a destruição do presídio, com a derrubada de muros, incêndio nas dependências administrativas e em um caminhão da Empresa de Saneamento de Goiás (Saneago) que fazia uma obra no interior da prisão. Também foram depredadas as oficinas da indústria e arrombados cofres, de onde foram retiradas drogas, que passaram a ser consumidas livremente.

    Depois de longas e exaustivas negociações foram atendidas as exigências dos amotinados, que compreendiam 8 veículos para a fuga, 20 coletes a prova de bala, revólveres, munição e R$ 100 mil em dinheiro, além da garantia de que não seriam perseguidos. A fuga foi realizadas no dia 3 de abril, quando os sequestradores deixaram o Cepaigo acompanhados de Gilberto Marques Filho, Cel. Antônio Lorenzo Filho, Dr. Fábio Cristóvão Campos Faria, Cel. Juarez Francisco de Albuquerque, Aldo Guilherme Saad Sabino e Des. Homero Sabino Freitas.

    Conheça os condenados e absolvidos no caso:

    Condenados - Wagner Macedo Gomes, Epaminondas Ferreira de Melo, Divino Gonçalves Soares, Claudionei Gonçalves Machado, Edimilson Sertório do Nascimento, Nilson Pereira Sodré, Reginaldo Sousa Rodrigues, Helio Ferreira, Nilton Dias Pio, Cláudio Santana de Oliveira, Edivan Leite Silva, Valdionésio Barbosa Lisboa.

    Absolvidos - José Luiz Alves de Souza, Washington Arcanjo Ribeiro, Paulo Alves de Aguiar, Wilson Nascimento Ribeiro, José Amâncio Costa Neto, Eduardo Valadares Cavalcante, Johnson Narciso de Oliveira e Newiton Luiz de Araújo. (

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